Em tempos de isolamento social, alguns estão com mais tempo pra escrever e outros (como eu) com menos. Mas uma coisa é certa, poucas pessoas estão conseguindo manter o foco no trabalho como se nada estivesse acontecendo do lado de fora. Como fazer para manter uma rotina de escrita (e um pouco de sanidade) neste momento tão desafiador? A resposta pode ser tão simples quanto pegar o telefone e ligar pra um amigo. Literalmente.
Como muitas pessoas que tiveram suas horas de trabalho reduzidas, mas não o trabalho em si, tenho buscado alternativas pra fazer essas horas renderem. E uma das coisas que mais quero que rendam nesses tempos é a escrita. Como eu sou muito melhor em manter compromissos com os outros do que comigo mesma, convidei uma amiga pra ser a minha parceira de escrita ou writing buddy como gosto de chamar. E não, isso não significar que arranjei alguém pra escrever meus artigos pra mim. Muito pelo contrário. Eu e ela sabemos bem pouco sobre o conteúdo específico que cada uma de nós está escrevendo na verdade. Nos encontramos para que compartilhando nossas metas e objetivos com uma outra pessoa nos sintamos mais motivados à alcançá-los. O nosso combinado (meu e da a minha amiga) é como se fosse uma versão minimalista do clube da escrita. E depois de quase duas semanas nesse esquema, posso dizer que super recomendo! Funciona assim. Você convida uma amigo/amiga que esteja empolgado pra trabalharem um projeto de escrita com o mesmo empenho que você. No meu caso e da minha amiga, nos reunimos diariamente. Vocês combinam um horário. No primeiro encontro vocês contam um pro outro qual o projeto que estão trabalhando, qual o prazo de entrega e como planejam cumprir esse prazo. Tranquilo, né? Feito isso, estão prontos pra começar a trabalhar. Cada encontro deve girar em torno de uma meta de escrita. Essa pode ser escrever um parágrafo, revisar um pedaço de texto, produzir uma tabela. Enfim, qualquer passo que te leve mais perto da conclusão do s eu projeto de escrita. Importante também que seja sempre algo possível de concluir no tempo estipulado. Nos meus encontros com a minha amiga, trabalhamos por uma hora no projeto. Mas depois de passar por vários momentos “Ah, tem que parar mesmo agora na melhor parte mesmo?”, adicionamos uma cláusula de flexibilidade no nosso acordo. Se tiver rendendo muito pra uma das duas antes de terminar o tempo vemos se dá ou não pra extender por mais 30 min. Cada encontro começa com uma ligação. Tem um tempo de trabalho cada um na sua e termina com uma ligação. No nosso caso, na ligação nos atualizamos rapidamente e definimos nossas metas. Desligamos. Depois de uma hora (cro-no-me-tra-da!) ligamos uma pra outra novamente. Dai apresentamos noss resultados, discutimos os próximos passos e nos despedimos. Não parece nada demais, né? Mas vou te dar cinco motivos pra pelo menos pensar duas vezes antes de dizer que isso não é pra mim:
Como tudo isso acontecendo ao mesmo tempo, tem como dar errado?Espero que não! Não custa tentar e ver se funciona pra você. Depois me contem aqui a sua a experiência! Fiquem bem! E aos que assim como eu tem esse privilégio, fiquem em casa!
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AutORAThaise Emilio é um bióloga no meio acadêmicos. Ela escreve sobre ciência, vida acadêmica, mulheres e parentalidade na ciência. ARQUIVO
May 2022
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