Existem várias formas de lidar com referências enquanto a gente escreve. Algumas pessoas gostam de escrever livremente, sem se atentar as referências e encontrar as referências depois*. Outras pessoas gostam de escrever quando tem domínio completo da literatura. Outras pessoas (como eu) fazem cada hora de um jeito. Independente do seu estilo, parar no meio parágrafo ou da sentença para procurar uma referência nunca é uma boa estratégia. Revise o assunto antes ou encontre as referência depois e seja feliz!
*Ah, se se você for (assim como eu) uma daquelas pessoas que sabe que leu algo a respeito do assunto que você está escrevendo em algum lugar, mas não sabe onde, recomendo adotar algum sistema organizador de referÇencias onde é possível fazer buscas textuais dentro da sua biblioteca de artigos (e.g. Mendeley).
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Estruturar uma narrativa não é fácil. Idealmente, cada parágrafo deve conter uma idéia e as idéias devem se conectar entre os parágrafos. Uma estratégia para facilitar a coerência e coesão é fazer ou outline (esqueleto) da seção (introdução, por exemplo) antes de começar a escrever. Você pode escrever o assunto do parágrafo em negrito antes do parágrafo e apagar no final. Outra estratégia é estruturar os parágramos de maneira que a primeira sentença "abra" o parágrafo e a última "feche" ligando com o próximo.
O importante é que ao ler somente o assunto ou somente a primeira e última sentença de cada parágrafo as idéias se conectem. Daí, é só escrever o meio do parágrafo as evidências nas quais as idéias que você apresentou na primeira ou última frase do parágrafo se sustentam. Uma ferramenta que pode ajudar no processo é o outline view do word. Pessoas com pensamentos não lineares (e eu sou uma delas) em geral tem dificuldade em estruturar textos lineares. Outraferramenta que pode ajudar bastante são os mapas conceituais. Eu gosto de colocar as minhas idéias dentro destes mapas ou antes de começar escrever ou depois do brainstorming pra organizar-las de maneira linear. Você pode fazer um mapa conceitual na mão. Se preferir fazer no computador, tem várias ferramentas gratuitas e pagas, online e no desktop. Eu gosto do de uma ferramenta web chamada coggle.it. Aqui links pro meu mapa conceitual de escrita científica e de hidráulica de árvores que servem de exemplo e talvez interessem pra vocês. No nosso primeiro encontro discutimos quais pequenas atitudes podem ter impacto positivo sobre a nossa escrita. Abaixo as top-five!
1. Estabelecer uma rotina de escrita faz com que começar a escrever entre no automático. Ter um lugar tranquilo (desligar celular e notificações) e tudo que você precisa para escrever preparado (computador, café, fone de ouvido, playlist, arquivos e anotações, etc) antes de de fato sentar para escrever ajuda a minimizar as distrações. 2. Definir metas a longo prazo nos dão motivação e metas a curto prazo trazem foco. Metas precisam vir acompanhadas de prazos, mesmo que esses sejam negociáveis. Importante pensar em metas quantificáveis ( e.g. 1 seção, 2 paragrafos, 100 palavras) porque só assim conseguimos saber se as nossas metas foram atingidas. 3. Trabalhar com uma quantidade limitada de tempo ajuda a manter o foco. Quando o tempo é limitado, a tarefa deve ser dimensionada de acordo. Tarefas muito pequenas ou muito grandes para um dado tempo podem resultar em procrastinação. 4. Celebrar e compartilhar progressos e desafios ajuda a manter uma atitude positiva em relação à escrita. Quando compartilhamos nossas metas estamos assumindo perante os outros a responsabilide por cumpri-las, mas também encontrando apoio prático e emocional para alcançá-las. 5. Atingir a nossa meta do dia dá uma sensação de missão cumprida e nos motiva para dar os próximos passos em direção a nossa meta grande. Importante manter registro do progresso. A nossa cabeça as vezes nos prega peças e registrando como progredimos podemos olhar para trás e ver de que forma progredimos (ou não!) em direção a nossa meta. Você já tentou incorporar essas atitudes na sua prática de escrita? Compartilhe nos comentários abaixo a sua experiência! Comunicar nossas descobertas deve ser tão estimulante e prazeroso quanto faz-la, certo? Por que então escrever e publicar os artigos científicos é algo tão estressante para a maioria de nós? Escrever mais, melhor e com menos estresse é o que queremos, mas como? Motivada por esses quetionamento convidei alguns colegas de departamento para tentar criar um coletivo de escrita, o writing club. A idéia era de nos encontrarmos semanalmente para escrever juntos, discutir os desafios e compartilhar estratégias para avançar em direção às nossas metas de escrita.
Em janeiro começamos o writing club e nos reunimos semanamente até hoje. Todas as semanas nos reunimos por mais ou menos uma hora e meia, definimos nossa meta do dia, ajustamos o relógio e cada um trabalha uma hora na sua meta. Depois discutimos nossos avanços, estratégias e desafios. Não parece nada demais, não é mesmo? E em termos de tempo, realmente não é. Mas o que a cada encontro tem sido reforçado é que estes pequenos momentos de produção escrita estruturada e troca de experiências podem ser extremamente transformadores sobre a nossa prática diária de escrita. Nos próximos blog posts vou publicar aqui as reflexões dos nossos encontros passados e semanalmente as dos novos encontros. Fiquem ligados! O writing club se reune todas as quintas-feira, 1 pm na na sala IB7 do prédio da pós do IB da Unicamp. Se você quiser saber mais sobre a experiência ou se o writing club é pra você (te adianto que é), escreva para mim. Se você quiser fazer parte do nosso writing club, mande um e-mail para o grupo. |
AutORAThaise Emilio é um bióloga no meio acadêmicos. Ela escreve sobre ciência, vida acadêmica, mulheres e parentalidade na ciência. ARQUIVO
May 2022
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